22/04/2012

    Plano de Negócio
     
    O QUE É PLANO DE NEGÓCIO?'
    * Plínio José Figueiredo Ferreira
    O plano de negócio serve para orientar o empreendedor a iniciar uma atividade econômica ou expandir o seu negócio numa tomada de decisões estratégica que minimize os riscos já identificados. Não se trata de alguma receita de bolo e não garante sucesso empresarial mas, seguramente, diminui, e muito, os riscos de fracasso ou insucesso.
    O plano de negócio pode ser definido como um resumo escrito da maneira como o empreendedor pretende atingir suas metas e administrar os recursos necessários para que obtenha o sucesso desejado, transformando-o num plano de sucesso.
    Empreender sem planejar é uma aventura arriscada que pode dar certo, mas é comparável a um vôo cego em noite de tempestade.
    Você arriscaria o seu dinheiro e o seu futuro sem um planejamento de negócios?
    Intuição e capacidade gerencial são fatores indispensáveis que, quando reunidos com o conhecimento técnico, ajudam no sucesso do empreendimento.
    O plano de negócio permite estruturar as principais visões e alternativas para uma análise correta de viabilidade do negócio pretendido, e ainda:
  • proporciona uma avaliação prévia do negócio antes de ser colocada em prática uma nova idéia, reduzindo, assim, as possibilidades de desperdiçar recursos e esforços num negócio inviável 
  • funciona como um instrumento de solicitação de empréstimos e financiamentos junto a instituições financeiras e de busca de novos sócios e investidores 
  • torna fácil o estabelecimento de uma vantagem competitiva que pode representar a sobrevivência da empresa.
  • Mas por que elaborar um plano de negócio?
    O plano de negócio representa uma oportunidade única para o futuro empreendedor pensar e analisar todas as facetas de um novo negócio.

    A experiência humana demonstra que, com exceção de alguns gênios e grandes mestres de xadrez, os demais seres humanos têm limitações para analisar situações que envolvem muitas alternativas e acabam privilegiando algumas delas em detrimento de outras eventualmente mais importantes. Esta visão parcial não-sistêmica do negócio é responsável por grande parte dos fracassos, o que a elaboração do plano de negócio pretende evitar.
    Ele traz os seguintes benefícios para um negócio:
    - reúne as idéias ordenadamente e permite uma visão de conjunto de todas as alternativas possíveis sobre o negócio, evitando uma visão incompleta dos problemas e decisões erradas;
    - impõe a avaliação de crescimento e de lucro potencial da empresa, bem como as necessidades de recursos materiais, financeiros e humanos da mesma;
    - examina as conseqüências de diferentes estratégias competitivas;
    - permite que todas as avaliações e experiências sejam realizadas com base em simulações devidamente registradas, evitando gastos desnecessários no início das operações;
    - trata-se de um documento básico e indispensável na atração de sócios e investidores;
    - funciona como uma apresentação do negócio para fornecedores e clientes;
    - importante ferramenta para a contratação de empregados, mostrando a correta perspectiva do negócio e as possibilidades de crescimento;
    - orienta-os na execução de tarefas de acordo com as diretrizes definidas para o negócio;

    A preparação do plano de negócio é também uma boa oportunidade para testar a motivação, o empenho e o conhecimento dos sócios, porquanto, cada um deles deve ser responsável por uma parte do planejamento no que diz respeito a sua área de atuação e as atividades pelas quais são responsáveis. Depois é só avaliar o desempenho e os resultados.

    O que acontece na prática é a descoberta da diferença entre envolvimento e comprometimento, isto é, muitos sócios, antes empolgados, perdem o entusiasmo quando têm que trabalhar duro, e os experts não mostram serem tão bons quanto aparentavam..

    O importante é descobrir as falhas de todos na fase de preparação do plano de negócio, e não durante a implementação do negócio ou da oportunidade o que, via de regra, gera conseqüências irremediáveis.

    A preparação deste plano não é tarefa fácil, e é necessário saber conviver com frustrações quando à idéia que era aparentemente excelente se mostra inviável.

    Objetivos do plano de negócio:

    Antes de qualquer coisa, o empreendedor deve definir o objetivo do seu plano de negócio, que não deve ser confundido com a meta do negócio, ou seja, se o plano se destina ao ordenamento das idéias e à análise do potencial e da viabilidade do empreendimento ou se vai servir para obter recursos financeiros por meio de instituições financeiras ou investidores.

    No primeiro caso, ele costuma ser chamado de plano de negócio operacional, e no segundo, plano de negócio para obtenção de recursos.
    Na sua essência, ele é um só, muda só o enfoque. O plano para obter recursos contém mais detalhes no que tange aos aspectos financeiros, por exemplo.
    O detalhamento deste plano depende do tipo de negócio escolhido e da oportunidade de mercado a ser explorada. Se o negócio for novo, deve ter mais explicações do que os produtos já existentes e conhecidos pelo público.
    Tanto uma loja de grife quanto uma oficina mecânica e uma lanchonete fast-food operam com práticas padronizadas e procedimentos estabelecidos e conhecidos. Na maioria dos casos, isso pode ser adquirido sob a forma de franquia
    Neste caso, o plano de negócio não precisa de maiores detalhes. As informações mais importantes são as que dizem respeito à projeção de vendas e ao planejamento financeiro.

    Em outros casos, por meio de estágios ou de benchmarking em outras empresas do mesmo ramo, é possível criar estratégias competitivas visando à diferenciação entre os concorrentes já estabelecidos.
    Quanto mais inovador o negócio, mais difícil é convencer sócios, investidores, empregados, fornecedores e clientes da sua viabilidade. Neste caso, um bom plano de negócio é fundamental para dar a credibilidade necessária a sua aceitação, principalmente em relação à análise dos riscos e das ações para minimizá-los.
    Lembretes na elaboração do plano de negócio

    Na elaboração do plano de negócio, existem algumas diretrizes básicas para obter o sucesso pretendido
    1. O plano deve ser o mais conciso possível, sem comprometer o seu conteúdo e sem omitir detalhes importantes; cuidado para não "encher lingüiça" ou ser excessivamente técnico.
    2. O plano deve abranger todos os pontos importantes do negócio.
    3. O plano deve se concentrar na primeira etapa do desenvolvimento do negócio, isto é, definir prioridades.
    4. O plano deve conter informações consistentes; evite "chutes" e divagações e consulte técnicos da área.
    5. O plano deve conter projeções realísticas, isto é, evite o erro comum de projetar as vendas com base na capacidade produtiva do negócio; deve ser baseado na avaliação do mercado. Sua produção, se for o caso, deve ser projetada com base na previsão de vendas, e nunca o contrário.
    6. O plano deve mostrar a capacidade empreendedora, a experiência e o conhecimento dos sócios e o comprometimento financeiro exigido pelo negócio.
    Convém não esquecer que a premissa básica de qualquer plano é o correto estabelecimento de metas específicas, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e com horizontes temporais definidos.
    Daí a probabilidade de sucesso do negócio é bastante grande.

    Roteiro simplificado para um plano de negócios orientado para resultados 
    Parte 1
    Caracterização da empresa - razão social, nome fantasia, produtos ou serviços, localização, área necessária etc.
    Parte 2 
    Aspectos mercadológicos 
    Mercado consumidor 
    Concorrência
    Fornecedores
    Políticas de comercialização
    Previsão de vendas 
    Estratégia mercadológica
    Parte 3
    Aspectos de produção
    Turno de trabalho
    Instalações
    Equipamentos e ferramentas 
    Tecnologia
    Parte 4
    Aspectos financeiros
    Política de compras
    Política de estoques 
    Investimento fixo - instalações, equipamentos, móveis e utensílios, veículos etc
    Pessoal - salários, encargos sociais, número de empregados
    Composição e estrutura de custos
    Determinação de preços e margem líquida
    Aspectos fiscais e tributários
    Necessidade de capital de giro
    Ponto de equilíbrio de caixa
    Retorno do investimento
    Lucratividade e rentabilidade

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